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Taxa de nascimento de empresas empregadoras chega a 15,3% e é a maior desde 2017

As empresas empregadoras que nasceram contrataram aproximadamente 1,7 milhão de assalariados, cuja taxa de participação passou de 4,0% em 2021 para 4,6% em 2022, também a maior proporção desde 2017 (3,3%), após ter caído a 3,0% em 2020. Estas informações são do estudo “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo”, divulgado hoje (5) pelo IBGE

Em 2022, foram registrados 405,6 mil nascimentos de empresas empregadoras, o maior valor desde 2017. Com isso, a taxa de nascimento, proporção em relação ao total de empresas empregadoras, alcançou 15,3%, maior percentual desde 2017 (10,9%) e segundo ano seguido de crescimento, após queda de 12,8% para 10,7% entre 2019 e 2020. Em 2021, a taxa de nascimentos foi de 13,8%.

As empresas empregadoras que nasceram contrataram aproximadamente 1,7 milhão de assalariados, cuja taxa de participação passou de 4,0% em 2021 para 4,6% em 2022, também a maior proporção desde 2017 (3,3%), após ter caído a 3,0% em 2020. Estas informações são do estudo “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo”, divulgado hoje (5) pelo IBGE.

Em 2022, o país tinha 7,9 milhões de empresas ativas, das quais 2,6 milhões se encontravam na condição de empregadoras. Elas empregavam 40,5 milhões de pessoas, sendo 36,5 milhões como assalariadas. Os salários e outras remunerações pagos somaram R$ 1,4 trilhão, com um salário médio mensal de 2,6 salários mínimos, o equivalente a R$ 3.108,66

Comércio representou quase 4 a cada 10 novas empresas em 2022

A atividade que mais contribuiu para onascimento de empresas empregadoras foi Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, que representou 39,4% dos nascimentos, sendo responsável também pela maior parcela de empresas empregadoras ativas, 42,7%. A seção Alojamento e alimentação aparece em segundo lugar no conjunto de nascimentos (9,9%), mas em terceiro nas empresas ativas, 8,0%. Por fim, as Indústrias de transformação foram responsáveis pelo terceiro maior quantitativo de nascimentos, 8,7%, e o segundo maior quantitativo de empresas ativas, 11,2%.

Também cabe ressaltar as seções Construção; Artes, cultura, esporte e recreação; e Outras atividades de serviços, com as maiores taxas de nascimento, 22,2%, 21,2% e 19,5%, respectivamente. As menores taxas de nascimento foram observadas em Outras seções (7,3%) e Eletricidade e gás (8,4%).

Considerando as empresas empregadoras que nasceram em 2022, as 5 seções que se destacam por apresentar os maiores percentuais de pessoal ocupado assalariado são: Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (27,8%); Atividades administrativas e serviços complementares (13,8%); Alojamento e alimentação (10,8%); Indústrias de transformação (10,6%); e Construção (10,2%).

“O perfil das empresas que nasceram em 2022 é muito semelhante ao estoque de empresas já existentes, levando em conta as principais atividades econômicas”, ressaltou Thiego Ferreira, gerente da Análise e Disseminação da pesquisa.

Em 2022, 92,7% das empresas empregadoras que nasceram tinham de 1 a 9 pessoas assalariadas, mostrando predomínio das empresas de menor porte, enquanto 6,6% tinham de 10 a 49 e 0,7%, 50 ou mais. Em relação à taxa de nascimento, as empresas de menor porte evidenciaram um maior dinamismo em relação às demais, com uma taxa de nascimento de 17,6%, enquanto as demais apresentaram 6,2% e 3,5%, respectivamente.

Empresas que morreram em 2020 eram responsáveis por 2,4% do total de assalariados

A morte de empresa empregadora é um evento caracterizado pelo encerramento da atividade de empresas empregadoras ou interrupção de pelo menos 24 meses após o ano de referência; como também pela perda dos empregados, ainda que essas empresas constem como ativas nos cadastros, por pelo menos 24 meses após o ano de referência. Para a análise deste evento é necessária a observação de, pelo menos, dois anos após o ano de referência. Portanto, as mortes evidenciadas com dados de 2022 se referem ao ano de 2020.

No estudo de 2022, foram identificadas 210,7 mil mortes de empresas empregadoras no ano de 2020. Com isso, a taxa de mortes ficou em 9,0%, menor percentual desde 2015 (12,2%). Essas empresas contavam com aproximadamente 774,0 mil assalariados, o que correspondia a 2,4% do total de assalariados no ano de referência.

Das empresas nascidas em 2021 , 79,6% sobreviveram ao primeiro ano de atividade

Das empresas empregadoras que nasceram em 2017, 76,2% sobreviveram em 2018, 59,6% em 2019, 49,4% em 2020, 42,3% em 2021, e apenas 37,3% sobreviveram em 2022. O percentual de sobreviventes no primeiro ano de sobrevivência apresenta um movimento crescente desde 2018, quando houve uma queda de 1,8 p.p. em relação à 2017. Assim, 74,4% das empresas nascidas em 2018 sobreviveram em 2019, enquanto 79,6% das empresas nascidas em 2021 sobreviveram em 2022. Já partir do segundo ano de sobrevivência, o percentual vem crescendo desde o ano inicial de observação.

Considerando as empresas que nasceram em 2017, a seção de Eletricidade e Gás apresentou a maior taxa de sobrevivência (89,1%) após um ano e 58,0% após 5 anos, enquanto a de Construção apresentou a menor, 66,1% e 26,2% para o mesmo período, o que representa uma diferença de 31,8 p.p.

Quase metade das empresas empregadoras estão na Região Sudeste

Em termos regionais, as 2,6 milhões de empresas empregadoras ativas tinham 3,0 milhões de unidades locais também ativas, das quais 46,8% estavam localizadas na Região Sudeste; 21,6%, na Região Sul; 17,1%, na Região Nordeste; 9,7%, na Região Centro-Oeste; e 4,9%, na Região Norte.

Em termos de unidade da federação, São Paulo apresentou a maior concentração de nascimentos de unidades locais (24,8%), seguido de Minas Gerais (11,1%) e Paraná (7,7%). As menores concentrações foram observadas na Região Norte: Acre, Amapá e Roraima, todas com 0,3%.

Já em relação à taxa de nascimento, proporção em relação ao total de unidades locais empregadoras da Unidade da Federação, as maiores taxas ocorreram em estados da Região Norte: Roraima (21,8%), Amapá (21,1%) e Amazonas (19,5%). Em contrapartida, as menores taxas foram registradas na Região Sul: Rio Grande do Sul (12,3%) e Santa Catarina (13,8%); e Região Sudeste: São Paulo (14,1%).

Empresas de alto crescimento empregaram 8,0 milhões de pessoas

Existiam 70.032 empresas de alto crescimento, as quais ocuparam 8,0 milhões de pessoas assalariadas e pagaram R$ 317,4 bilhões em salários e outras remunerações, com um salário médio mensal de 2,8 salários mínimos. Comparando-se com o total das empresas empregadoras, as de alto crescimento representaram um quantitativo equivalente a 2,6%, enquanto aquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas representaram 19,2% do total.

Uma empresa é classificada como de alto crescimento quando apresenta crescimento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 10% ao ano por um período de três anos e tem 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.

Considerando-se ainda as empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas, as de alto crescimento foram responsáveis pela absorção de 26,7% dessa mão de obra e pelo pagamento de 24,6% dos salários e outras remunerações.

A participação das empresas de alto crescimento no total daquelas com 10 ou mais pessoas assalariadas totalizou 13,8% em 2022, que representa a maior participação desde 2017 (11,0%). O pessoal ocupado assalariado e a massa salarial também ganharam participação nesse período, crescendo de 18,3% em 2017 para 26,7% em 2022, e a participação da massa salarial, de 15,0% para 24,6%.

Entre 2019 e 2022, o conjunto das empresas empregadoras apresentou uma taxa de crescimento do pessoal ocupado assalariado de 20,6%, com um saldo de 6,2 milhões de novos postos de trabalho. Já nas empresas com 1 a 9 pessoas assalariadas, foi 11,9%, com um saldo de 703,1 mil. Nas empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas (exceto aquelas de alto crescimento), situou-se em 7,6%, com um saldo de 1,5 milhão. Nas empresas de alto crescimento, por sua vez, alcançou 100%, resultando em 4,0 milhões de novos postos de trabalho assalariado.

As empresas de alto crescimento apresentaram tamanho médio elevado: 114,2 empregados e, portanto, quase o dobro da média de 58,8 observada naquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas.

Empresas de alto crescimento geraram receita de R$ 3,4 trilhões

As empresas de alto crescimento geraram uma receita líquida de R$ 3,4 trilhões, o que representa 24,3% do total da receita líquida daquelas com 10 ou mais pessoas assalariadas, sendo a maior participação observada no setor de Construção (40,6%), seguido pelos setores de Serviços (31,1%), Comércio (28,9%) e Indústria (17,3%).

As empresas de alto crescimento do Comércio responderam pela maior parte da receita líquida (45,0%), vindo, a seguir, as dos setores de Indústria (32,3%), Serviços (18,6%) e Construção (4,1%). Ao observar a distribuição das empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas, verifica-se que a Indústria liderou a geração de receita líquida (45,3%), sucedida pelos setores de Comércio (37,7%), Serviços (14,5%) e Construção (2,5%).

Número de empresas gazelas cai

Entre 2017 e 2022, ocorreu um aumento tanto no número de empresas gazelas (de 4.541 para 6.624), quanto no seu pessoal assalariado (de 280,5 mil para 409,5 mil). A exceção ocorreu em 2020, quando o número de gazelas caiu de 4.926 para 4.815, e o número de pessoal assalariado caiu de 293,0 mil para 289,0 mil. A representatividade das empresas gazelas em relação àquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas se manteve estável, entre 2017 e 2021, em torno de 1,0% e 1,1%.

As empresas gazelas constituem um subconjunto das empresas de alto crescimento, formado pelas entidades mais jovens, situadas na faixa de 3 até 5 anos no ano de referência.

O salário médio mensal das empresas gazelas foi 2,1 salários mínimos em 2022, abaixo, portanto, do valor médio de 2,8 salários mínimos mensais, observado nas de alto crescimento. De uma maneira geral, as empresas gazelas pagaram salários inferiores aos das empresas de alto crescimento, o que se justifica por serem entidades mais novas e de menor porte.

O porte médio das empresas gazelas foi de 61,8 pessoas assalariadas por empresa, abaixo do porte médio das empresas de alto crescimento: 114,2. Verifica-se também que o porte médio das empresas gazelas permaneceu no mesmo patamar do início do período.

Mais sobre a pesquisa

A Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo estuda a dinâmica demográfica das empresas e unidades locais a partir dos eventos de entrada, saída e sobrevivência. Também destaca a importância das empresas de alto crescimento na geração de postos de trabalho assalariados formais. Os dados estão disponíveis para Brasil, grandes regiões e unidades da federação.