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Sem reforma da Previdência, varejo continuará patinando

Para a equipe de economistas da ACSP, mudanças no sistema previdenciário garantirão a expansão dos negócios e dos investimentos produtivos, permitindo gerar novos postos de trabalho

Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, o volume de vendas do varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção) caiu 4,5%, frente ao mesmo mês de 2018, surpreendendo negativamente os analistas de mercado.

No caso do varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, a contração alcançou 3,4%, na mesma base de comparação.

Esses resultados foram fortemente influenciados pelo fato de se contar com dois dias úteis a menos em decorrência do Carnaval ter caído em março.

Contudo, a forte desaceleração de ambos tipos de varejo, em relação a leitura anterior, registrada no resultado acumulado em 12 meses (1,3% e 3,9%, respectivamente), também sugere que por trás desses resultados existem outras causas, tais como o elevado desemprego, o fraco crescimento dos salários e o custo ainda elevado do crédito, que terminam por manter as famílias numa posição de cautela na hora de consumir.

No contraste anual, quase todos os segmentos apresentaram queda nas vendas, sendo as maiores aquelas observadas para os segmentos de hiper e supermercados e móveis e eletrodomésticos.

Na contramão, um dos únicos aumentos foi registrado no ramo farmácias e perfumarias, o que, na verdade, poderia estar associado à antecipação das compras, frente ao reajuste dos preços dos remédios ocorrido em abril.

Em síntese, o varejo continuou a mostrar fraca recuperação nos três primeiros meses do ano, o que parece ser a tendência para o resto do ano, a menos que sejam realizadas reformas estruturais, principalmente a da Previdência.

Somente assim haveria uma expansão dos negócios e dos investimentos produtivos, capazes de gerar novos postos de trabalho, reduzindo o desemprego, aumentando a renda das famílias, e, por resultado, a confiança do consumidor.